Trilheiros Boca da Onça

Trilheiros Boca da Onça
Foto:Marcio Pimentel 2018 - Pico do Barbado - Catolés -Abaíra - Bahia.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Cambada Carcará e Boca da Onça se juntam numa aventura



Foto: Marcio Pimentel 2017 - No topo da Serra do Garrido - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.
Por Messias Gonzaga

O Cambada Carcará é mais antigo e tem tradição e experiências em dezenas de trilhas de até oito dias, subindo e descendo serras. São profissionais e inspiradores do Boca da Onça. Foi uma honra receber um convite para subir uma serra com eles. Neste último sábado dia 12 de agosto de 2017, me juntei ao Cambada com destino a Serra do Garrido em Jaguara, distrito de Feira de Santana – Bahia. Além de mim, outros quatro convidados também compunham a caravana. Eu estava num carro com três do Cambada e em outro veículo os demais convidados. Uma turma jovem, alegre e que nunca tinha participado de trilhas, e dava logo pra ver pela “indumentária”: bermudas, calças jeans apertadinhas e tênis no pé.

Foto: Marcio Pimentel 2017 - Parada durante o percurso Feira de Santana - Jaguara.

  Na primeira parada para fotos, eles disseram:“bem já que vocês são o Cambada Carcará, nós somos o Bando de Codornas”. É, fazia sentido, mas logo o gaiato do Marcio Pimentel um dos líderes dos Carcarás, acrescentou: “Codornas de shopping”, e mais uma vez fazia sentido. Olhando bem, um deles vestia uma bermuda cor de laranja e o tênis era mais colorido que a primavera, típico de quem anda muito em shopping, kkkkkk. Logo pegou, e a gozação foi grande.

Foto: Marcio Pimentel 2017 - Carcarás recepcionando os Trilheiros - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.
Foto: Marcio Pimentel 2017 - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.

Foto: Marcio Pimentel 2017 - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.

 Durante o percurso até a Serra, fomos recebidos por bandos de Carcarás, que sobrevoando ou parados nas roças se deixavam fotografar, parecendo que estavam nos saudando. Logo pensei com meus botões: Ainda bem que o Boca da Onça não é recebido em suas andanças por onças, senão eu não estaria aqui para contar essa história.

Depois de cerca de 1 hora de viagem, chegamos ao Povoado de Pinicaria, ponto de apoio, onde almoçaríamos na volta da trilha. 

Foto: Marcio Pimentel 2017 - Povoado de Pinicaria - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.
 Fomos recebidos pelo guia Deleon Miranda, um conhecedor da trilha e seguimos em direção a Serra. Depois de andarmos uns 500 metros ainda em terreno plano e se aproximando do início da subida, uma parada para apreciar a beleza e confesso que me assustei com a altura da Serra e pensei: “será que eu vou conseguir chegar ao topo?” lembrei-me da música de Zé Ramalho, “Cidadão”, que diz num trecho: “olho pra cima e fico tonto”.
Foto: Marcio Pimentel 2017 - Vista Panorâmica da Serra do Garrido - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.

Foto: Marcio Pimentel 2017 - Ao fundo vista da Serra do Garrido - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.
Foto: Marcio Pimentel 2017 - Inicio da subida a Serra do Garrido - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.
A trilha era pesada, um subir permanente, sem dar refresco e logo um dos convidados, exatamente o da bermuda laranja, se queixou de dores nas costas. Paramos, e resolvemos que o melhor era ele voltar. Marcio e Cezinha desceram com ele e nós ficamos esperando. Foi até bom, um descanso não faz mal nenhum.

Foto: Marcio Pimentel 2017 - No meio da trilha da Serra do Garrido - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.
Foto: Marcio Pimentel 2017 - No meio da trilha da Serra do Garrido - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.
 E aja subida, um grau de dificuldade acentuado. O suor escorria,“será que vou até o topo?” pensei. Convidado e representando o Grupo Trilheiros Boca da Onça, dar “caroara” ia ser um vexame. Nem que o “bofe saia pela boca”, eu não desisto. E chegamos ao topo da serra, o grupo “estrupiado”, mas a beleza e a sensação de ter conseguido, logo a gente esquece que sofreu, e sem a roupa pesada, ensopada de suor, água, bananas, rapadura, etc. fazia parte do cardápio. Boquiabertos e deslumbrados com a paisagem indescritível, ficamos um bom tempo contemplando e sem vontade de descer. 

Foto: Marcio Pimentel 2017 - No topo da Serra do Garrido - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.
 Todo mundo descansado, ora de voltar. Eu estava equipado com freio ABS e amortecedor Cofap, kkkkk, mas cheguei em baixo sem freios e com amortecedores arrebentados.
 
Foto: Marcio Pimentel 2017 - Inicio da descida da Serra do Garrido - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.
Foto: Marcio Pimentel 2017 - Descida da Serra do Garrido - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.
 No restaurante de Marcelo de Sinhô, uma garrafa de Salinas nos aguardava e muita cerveja gelada. Um churrasco de entrada e depois galinha caipira e pirão de parida. Êta coisa boa. Muita resenha e sem hora pra voltar. Ainda paramos em vários botecos para mais uma e acabamos encontrando um caboclo contador de causos. As menores mentiras que ele contou, era de que lá na sua roça, tinha um peixe de três olhos, mocó de 18Kg e dos cascavéis o menor que tem mede mais de onze metros.kkkkkk.

Foto: Marcio Pimentel 2017 - Confraternização no Restaurante de Marcelo de Sinhô - Pinicaria - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.
 
Foto: Marcio Pimentel 2017 - Confraternização no Restaurante de Marcelo de Sinhô - Pinicaria - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.
Foi assim que aconteceu esse encontro formidável do Cambada Carcará com o Grupo Trilheiros Boca da Onça.
Depois de tudo que vi e vivi, já inclui no calendário dos Trilheiros a subida da Serra do Garrido.

Foto: Marcio Pimentel 2017 - Confraternização no Restaurante de Marcelo de Sinhô - Pinicaria - Jaguara - Feira de Santana - Bahia.

3 comentários:

  1. Que aventura heim!!! Muito bom os Trilheiros Boca da Onça e Cambada Carcará juntos, parabéns a todos.

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  2. Parabéns pela trilha!! Realmente... Beleza exuberante! Então vamos colocar essa aventura no calendário em 2018!! :)

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  3. TRILHEIROS,

    Vocês poderiam sentar-se na planície e assistir a vida "in loco," mas não teriam belas histórias para contar e nem mesmo, mais uma linda natureza para mostrar. Assim, pensando, vocês fizeram uma pausa na busca da felicidade "in loco," se afastando do óbvio, do conspícuo e subiram a serra do Garrido em busca de aventura e de prospecção ou sondagem das condições do meio ambiente natural. Isso é fato, pois só quem muito se preocupa com esse tipo de espaço, é que possui coragem de se aventurar nas entranhas das matas e enfrentar cautelosamente todos os obstáculos que se apresentam à sua frente. Píndaro, grande poeta da Grécia antiga já afirmava: "Quem quer vencer um grande obstáculo, deve armar-se da força de um leão e da prudência de uma serpente." Assim, vocês corajosamente subiram mais uma serra e nos mostraram a beleza do bioma baiano, através das belíssimas fotografias clicadas pelo fotógrafo Márcio, que explicitaram a plenitude da beleza desse lugar. Mas, como fotografias não dão conta de dizer tudo por si só, Messias escreve uma belíssima crônica narrativa, que revela o encantamento da travessia dos belos espaços, pelo grupo de trilheiros apaixonados pelo meio ambiente. O autor do texto, como poeta dos acontecimentos do cotidiano, de um jeito nobre e bem humorado fala com maestria da grande aventura. Assim, ficamos sabendo da preocupação dos trilheiros com o meio ambiente natural do lugar, dos desafios que superaram até chegarem ao topo da serra, da emoção e deslumbramento ao contemplarem as lindas paisagens naturais, das alegrias e façanhas do grupo, e do comportamento dos belos carcarás. Essa matéria tão bem feita, me fez estar lá por alguns minutos, enquanto admirava as belíssimas fotos de Márcio e lia o magnífico texto de Messias. Me senti até, andando pelos caminhos que vocês andaram, caminhando pelo jardim natural forrado de florezinhas amarelas, ouvindo o gorjeio dos carcarás e sentido o cheiro de mato baiano. Esta é a real função de fotografias e textos: levar o leitor(a) até o lugar, onde no momento, não se pode chegar ou estar. Parabéns pela belíssima edição dessa matéria, assim o blog Boca da Onça ficou mais bonito, atraente e interessante, enquanto instrumento de formação ambiental.
    Parabéns trilheiros!
    Bernardete

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