Trilheiros Boca da Onça

Trilheiros Boca da Onça
Foto:Marcio Pimentel 2018 - Pico do Barbado - Catolés -Abaíra - Bahia.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

SERRA DO BONSUCESSO: FOMOS, VIMOS, VENCEMOS



Foto: Marcio Pimentel 2016 - Ipecaetá - Bahia.
O título que inicia este conto, foi dito pelo General Romano, Julius Caesar,um dos maiores conquistadores de todos os tempos, e tido como o primeiro Imperador Romano sem que de fato tenha sido, numa das suas aventuras nas várias batalhas que enfrentou, e em que pese as grandes diferenças, pode se aplicar a esta aventura dos Trilheiros Boca da Onça no desafio da subida da Serra do Bonsucesso no Município de Ipecaetá, na Bahia.

Foto: Marcio Pimentel 2016 - Ipecaetá - Bahia.
 
Foto: Carlos Romero 2016 - Ipecaetá - Bahia.



 Foi no último sábado dia 17 de setembro de 2016. Saímos às seis horas da manhã de Feira de Santana levando a alegria e a preocupação se de fato conseguiríamos chegar ao topo daquela imponente Serra. Às sete horas e quarenta minutos já estávamos na Fazenda Bonsucesso, ao pé da Serra. Extasiados, admirando a beleza e a altura. Em nossas cabeças passavam várias imagens, do encantamento e vontade de subir, até o medo de que talvez um de nós não conseguisse.



Foto: Messias Gonzaga 2016 - Ipecaetá - Bahia.



Depois de um breve alongamento e as costumeiras falas sobre a segurança, botamos o pé na estrada, ou melhor, na trilha. Da Fazenda até o inicio da subida, dista cerca de três Km. Finalmente entramos mato adentro e, aí a trilha ganha contornos de belezas e dificuldades. Terreno íngreme e a céu aberto. O sol batendo forte nas cabeças dos trilheiros e em nós a determinação de chegar ao topo. Depois de quase duas horas subindo e cansados, a recompensa. Estávamos no topo da Serra do Bonsucesso. Chegamos todos, e era só alegria. A beleza é indescritível. Prefiro que as fotografias que acompanham este conto, mostrem para vocês. 


Foto: Carlos Romero 2016 - Ipecaetá - Bahia.
Foto: Carlos Romero 2016 - Ipecaetá - Bahia.



 Quando finalmente descemos a Serra, uma sensação de missão cumprida, um misto de alegria e emoção incontida tomava conta de todos nós, os dezesseis Trilheiros, e a frase que deu título a este conto, me veio a cabeça. Serra do Bonsucesso: “Veni, Vidi, Vici”. Vim, Vi, Venci. Agora que venha a Serra da Caraconha em outubro.

Foto: Marcio Pimentel 2016 - Ipecaetá - Bahia.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Um olhar técnico sobre a Serra de São José



No dia 19 de março de 2016, o grupo Trilheiros Boca da Onça saiu de Feira de Santana com destino a Serra de São José, que está localizada no Distrito de Maria Quitéria em Feira de Santana, Bahia. Conforme o mapa 1, o Distrito de Maria Quitéria faz limite com os também distritos de Jaguara a leste, a oeste com Matinha e  Tiquaruçu, além disso, limita-se com os municípios de Tanquinho, e ao sul, com Santa Bárbara.  
 

Mapa 1 – Localização dos Distritos de Feira de Santana, Bahia, IBGE, 2010
 O objetivo deste texto e breve comentário é analisar a paisagem com finalidade de observar as formas de uso e ocupação da terra pelo homem (figuras de 1 a 5). Percebe-se vários tipos de uso e ocupação em todo o percurso da Serra de São José, como, a retirada da vegetação de remanescentes de Caatinga e Floresta Estacional, substituída pela agropecuária. Isso deixa o ambiente mais vulnerável a processos degradatórios, tais como: a erosão do solo, a compactação do solo causado pela criação de gado, além disso, há fortes sinais da ação de visitantes que deixam para trás muito lixo e poluição visual sobre as rochas. Algumas áreas apresentam sinais de degradação ambiental, pois há manchas de solo expostos e supressão vegetal.

 
Foto: Carlos Romero 2016 - Feira de Santana - Bahia.

Foto: Marcio Pimentel 2016 - Feira de Santana - Bahia.

Foto: Marcio Pimentel 2016 - Feira de Santana - Bahia.

Foto: Carlos Romero 2016 - Feira de Santana - Bahia.
 
Foto: Carlos Romero 2016 - Feira de Santana - Bahia.
 Percebe-se que a Serra de São José apresenta um conjunto fisionômico de rochas com aproximadamente 630 metros de altitude, e localiza-se no setor intermediário do tabuleiro, no qual se encontra Feira de Santana. É possível observar a predominância de Superfícies Aplainadas Degradadas, seguida de Tabuleiros, Inselberg, concentrada nos distritos de Maria Quitéria, Jaguara, Bonfim de Feira e Governador João Durval Carneiro. No distrito de Maria Quitéria, predomina os Tabuleiros a leste, na área central, concentram-se as Superfícies Aplainadas Degradadas e o Inselberg denominado de Serra de São José (mapa 2).
  
Mapa 2  - Geomorfologia de Feira de Santana, Bahia, 2006.
 O estudo do relevo é importante, pois denota as características físicas naturais do meio, que influencia nas formas de ocupação do espaço e está relacionado à capacidade e as propriedades de suporte dos recursos naturais e, isso é claramente refletido nas formas de apropriação pela sociedade. E são caracterizadas, sobretudo nas inúmeras paisagens.

Como podemos observar, a Serra de São José possui um relevo de formas convexas tabulares e entre colinas, além de apresentar grandes manchas de solo exposto.

Foi uma experiência maravilhosa, visitar a bela Serra de São José com os Trilheiros Boca da Onça e poder dar este testemunho da beleza e dos perigos de degradação que aquele lugar encantador está exposto. Vale a pena visitar.

 
Eduarda Lima – Estudante de Geografia da UEFS e Trilheira

                                                              Setembro de 2016




quinta-feira, 1 de setembro de 2016

CAATINGA NORDESTINA, ESPAÇO DE MAGNÍFICA BELEZA.

Foto: Carlos Romero 2016 - Itatim - Bahia.

Olhar de uma paranaense.


Vim de um bioma verde, o mais verde que o verde que existe, para conhecer um bioma um pouco menos verde, mas igualmente belo e importante pela sua função no ecossistema. Falo da magnífica caatinga nordestina. Vi o seu solo, a vegetação exclusiva desse lugar, alguns animais e insetos, e também imponentes serras que tornam o lugar magnífico.  Serras, que em seus paredões guardam habitats de diferentes espécies de animais e importantes sítios arqueológicos com desenhos rupestres, que antecedem a nossa escrita formal e que registram a vida e as ações dos homens primitivos, que nesse bioma viveram. Foi emocionante ver de perto esses desenhos, pois eu os havia visto apenas em livros, filmes e documentários. Penso que é imprescindível a preservação desse patrimônio histórico, pois o risco do seu desaparecimento é eminente.

Foto: Carlos Romero 2016 - Itatim - Bahia.
 Mas, também vi o quanto esse bioma, a caatinga, merece cuidado e maior atenção, no sentido de sua recuperação e manutenção, pois encontra-se fragilizado pela ação do homem e pelos fenômenos da natureza. Todavia, fiquei feliz por constatar que há um grupo de homens e mulheres idealistas, que tomaram para si a responsabilidade de identificar problemas e intervir no  redimensionamento das políticas de cuidado e preservação do meio ambiente. São os Trilheiros Boca da Onça, ativistas que demonstram grande preocupação com a depredação do meio ambiente. Sendo assim, tomaram parte dessa árdua empreitada, com ações e intervenções in loco e também com a brilhante criação de um blog, cujo objetivo é não só mostrar as belezas naturais nordestinas que compõem a caatinga e outros espaços, mas também de denunciar os descuidos com relação ao meio ambiente. Constatei também a intenção dos Trilheiros, de através do blog socializar conhecimentos de botânica, zoologia e  geografia, no sentido de incitar maior cuidado com esse bioma, por parte dos sujeitos. Entendo que a apropriação efetiva do conhecimento ilumina a consciência dos sujeitos e, certamente, fará com que os mesmos comprovem a si mesmos a necessidade de mudanças nas suas ações no meio ambiente. Despertar a consciência crítica dos sujeitos e orientá-los no sentido de conceberem atitudes ambientalmente corretas, é tarefa de todos e com a qual devemos nos comprometer integralmente. Pude perceber durante a trilha, o compromisso efetivo de cada Trilheiros com as questões ambientais, através das conversas, debates, observações dos problemas in loco, propósitos a serem colocados em prática e da escolha minuciosa do que deveria ser registrado por meio de fotografias. 

Foto: Carlos Romero 2016 - Itatim - Bahia.

Parabenizo os Trilheiros Boca da Onça, pela iniciativa em preservar os biomas nordestinos e suas riquezas naturais, pois são raros os sujeitos que se preocupam e se empenham em deixar o meio ambiente melhor para si e para as futuras gerações. Também parabenizo pela brilhante ideia de criar um blog, cujo instrumento deixará registrado para sempre o conhecimento, o ativismo e a marca de vocês. 

Foto: Carlos Romero 2016 - Itatim - Bahia.
Agradeço muito pela acolhida  carinhosa que recebi de cada Trilheiros(a) e pelo conhecimento que cada um socializou comigo, tão carinhosamente! Assim, não sou mais a mesma que fui no dia anterior a essa trilha em Itatim. Obrigada!
Desejo sucesso nessa grande e importante jornada!

Agosto de 2016
Bernardete Salamaia.