Trilheiros Boca da Onça

Trilheiros Boca da Onça
Foto:Marcio Pimentel 2018 - Pico do Barbado - Catolés -Abaíra - Bahia.

quinta-feira, 22 de março de 2018

Uma aventura extraordinária

 

O título deste texto documentário é proposital, afinal os Trilheiros sempre fazem as suas trilhas aos sábados para que ocorra o descanso aos domingos, mas, desta vez, a trilha foi em caráter extraordinário e no domingo, dia 04 de março de 2018, e não tínhamos guia, muito menos conhecimento do lugar. Foi assim uma aventura extraordinária. O lugar foi escolhido pela beleza que impressionou, e oferecer uma visão à frente durante a caminhada sempre por dentro da caatinga, podendo nos levar até a serra que nem se quer sabemos o nome. O município é Milagres, na Bahia, lugar que para onde a vista alcança, as serras e montes se apresentam.

Saímos mais cedo que de costume, às 05h30min da manhã. E às 07h30min estávamos em frente onde à caminhada se iniciaria. Café com canjica, levados por Valciane, farofa e frutas que Pedro e Marcio levaram, era o cardápio. Depois os agasalhos, botas, perneiras e mochilas nas costas, procuramos um lugar melhor para entrarmos na caatinga.
 


Depois de pularmos uma cerca de arame, e tendo a frente uma linha imaginária em direção a serra, iniciamos a jornada. Uma caatinga exuberante, vários riachinhos que nas trovoadas trazem água aos borbotões das serras , uma rica flora, com xique-xiques floridos, mandacarus, caatinga de porco, umbuzeiros frondosos, prestes a oferecer os saborosos umbus, umburanas, angicos, juazeiros sempre verdes, cansanção e urtiga de montão, e cactos, muitos cactos, especialmente  caroás e quipás,  este último na história, por ter sido o seu espinho que vazou o olho de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, e alecrins que nos oferecia o seu perfume inigualável.



Várias paradas em baixo de umbuzeiros e em cima dos belos lajedos apreciando as belezas distantes daquele lugar, e buscando a orientação de como seguir até o pé da serra.

Não era fácil abrir passagem por entre a macambira, mesmo com os facões, era sempre dificultoso caminhar, e a vegetação nesse ponto era de mata com arvores altas, dificultando a visão da  direção que nos levaria ao destino.



Depois de cerca de 03:00 horas de caminhada e exaustos, concluímos que não conseguiríamos chegar ao pé da serra. Em baixo de um frondoso umbuzeiro, uma parada para descanso e comer o que ainda restava do café de Valciane, iniciamos o caminho de volta com a sensação de vitoriosos mesmo sem termos conquistado a serra.

 

Exaustos entramos na van que nos levaria para o almoço em Argoim, no restaurante de Dilson, as margens do Rio Paraguaçu. 

Iniciamos com a especialidade da casa, cachaça com quixaba, depois cachaça com Cambuí, e fomos para a cerveja estupidamente gelada. Bom, agora já estava na hora da comida e Dilson com a sua alegria não poupou nas iguarias: peixe frito, carne do sol, mocotó com pirão, mocó fato entre outras.



Todo muito satisfeito e de barriga cheia, retornamos para Feira de Santana contando as pegadinhas de cada um durante a aventura e com este clima de felicidade, encerramos esta aventura extraordinária.


Texto: Messias Gonzaga.
Edição: Givanildo Lima e Messias Gonzaga.
Fotos: Adriana Alves, Marcio Pimentel, Pedro Antonio, Valciane, Valdir, Ezivaldo Freitas, Veronicio Nery, Luiz Roberto (Gaucho), Eduarda Lima.

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